quinta-feira, 26 de julho de 2012

VÍDEO - CONSULTÓRIO DE FAMÍLIA(23.07.2012) - SKY 14

Programa feito em 23/07/2012 – TV e Rádio Novo Tempo, no programa Consultório de Familia (2ª - 21h - SKY - canal 14), com apresentadora Darleide Alves. A Abordagem trata da história real de um casal, que se propôs a um amor de risco.

 
 BLOCO 01

 
BLOCO 02

O POLEGAR DIREITO


Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente vocês renovaram o seu interesse por mim. De fato, vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade para demonstrá-lo.
Filipenses 4:10, NVI
 Você alguma vez já se sentiu estressada, com prazos fatais para cumprir, fazendo várias coisas ao mesmo tempo no emprego, em casa e na igreja; planejando férias e cuidando de enfermos? Bem, isso é exatamente o que constitui a maior parte do meu dia típico. Eu acabava de voltar do trabalho, entrei na garagem, peguei minhas coisas no carro e me apressei para fechar a porta quando, de repente, pensei: Vou trancar as chaves dentro do carro! Para evitar isso, apressadamente estendi a mão para interceptar a porta. A porta do carro bateu no meu polegar. Ui! Rapidamente, tirei o dedo e o coloquei na boca, para proporcionar um pouco de alívio. Meu corpo todo se sentiu entorpecido.

Entrei em casa e coloquei o polegar sob água corrente fria, até me sentir melhor. A essa altura, a unha estava azul-arroxeada e preto-avermelhada, pelo acúmulo de sangue coagulado. A unha ficou desse jeito por vários meses – até começar a separar-se da carne e da parte de baixo do lado esquerdo do polegar. Além do desconforto, da sensibilidade e da feiura, o problema envolvia uma unha meio solta que se prendia em tudo.

Eu não conseguia pentear direito o cabelo, calçar as meias, fazer tarefas domésticas nem escrever. Enquanto eu trabalhava, partículas de pó se alojavam entre a unha velha e a nova. Decidi cobrir a unha com um curativo adesivo para diminuir o desconforto e a aparência feia, bem como aumentar a higiene do dedo. Foi inútil. O constante contato com a água e a unha nova querendo empurrar a velha impossibilitaram manter a cobertura mesmo por uma hora.

O polegar direito é muito importante para fazer muitas coisas; por fim, deixei o polegar livre, e, gradualmente, a unha velha morreu e caiu. Uma unha nova, vibrante, sadia e rosada a substituiu. Não vi a unha nova crescer, mas ela cresceu. Da mesma forma, o Espírito Santo continua trabalhando em nós, aperfeiçoando-nos, renovando-nos. Assim como a unha velha e incômoda deu lugar à unha nova, é possível libertar-nos daquele pequeno pecado que nos assedia e nos separa do corpo de Cristo. Você também pode se manter plenamente conectada, se lançar sobre Ele todos os seus cuidados.

Pauline A. Dwyer-Kerr
 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

MELANCOLIA DE ELIAS

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E entrou no deserto, caminhando um dia. Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou, pedindo a morte: “Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados.” 1 Reis 19:4

Elias estava apavorado. Apenas alguns dias antes, estava nas nuvens, sentindo-se no topo do mundo. Defendeu sozinho o nome de Yahweh no Monte Carmelo, desafiando os profetas de Baal a provar que o deus deles era capaz de fazer cair fogo do céu. Perante a multidão reunida – realeza, líderes religiosos e o povo comum – Elias demonstrou o poder impressionante do Deus vivo. Aquele foi um dia espetacular para Yahweh e para Elias.

O dia foi encerrado com fogos de artifício adicionais. Depois de Elias ter orado fervorosamente para que a chuva colocasse um fim na terrível seca, o céu escureceu com nuvens carregadas. O vento soprou e trouxe consigo uma chuva pesada. Repleto de energia e muita adrenalina, Elias se vestiu e correu à frente da carruagem do rei Acabe ao longo de todo o caminho até Jezreel.

Tão para cima, e agora tão para baixo. Novamente sozinho, mas dessa vez no deserto de Berseba, ao extremo sul. Correu o máximo que pôde temendo pela própria vida. Jezabel, esposa de Acabe, tomada de raiva pela morte de seus profetas no Monte Carmelo, enviou uma mensagem para Elias, dizendo que seus dias estavam contados. E Elias? Ele, que havia defendido sozinho o nome de Deus no Monte Carmelo, ficou apavorado e correu para se salvar.

Então desejou morrer. Ele orou para que Deus tirasse sua vida. Sentia-se um verdadeiro fracassado.

Você já se sentiu como Elias? Claro! Essa história é a nossa história. Ficamos cansados de fazer coisas boas e perdemos o foco. Concentramo-nos em nós mesmos, passamos a pensar que somos os únicos a fazer o trabalho de Deus, que sem nós nada mais será feito – e com isso ficamos desanimados.

Os baixos sucedem os altos no ritmo da natureza. Quando ficamos envaidecidos com o “sucesso” e sentimos que somos invencíveis, tão certo quanto a noite segue o dia, somos levados ao desânimo.

A melhor parte da história de Elias foi a maneira pela qual o Senhor lhe demonstrou graça num momento de medo e profunda tristeza. Deus lhe proveu alimento e o ajudou a dormir. Em seguida, ampliou-lhe a visão – ele não estava sozinho, ele não era indispensável. Deus estava no controle de tudo. E ainda está.

Deus não atendeu ao pedido que Elias fez tomado por medo e angústia. Elias não morreu – nem naquele dia nem depois!

VIDA SEM CELULAR

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Parem de lutar! Saibam que Eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na Terra. Salmo 46:10

Algum tempo atrás fiz uma viagem a trabalho para um país em que eu não dispunha de computador nem telefone celular. Ao retornar para casa depois de quase duas semanas fora, a princípio fiquei surpreso em perceber quanto tinha perdido – e depois quão pouco.

Os dispositivos que julgamos tão necessários assumiram o controle de nossa vida. A tecnologia que deveria poupar nosso tempo acaba pressionando ainda mais a vida.

Repare no e-mail. É maravilhoso: posso enviar uma mensagem para alguém que está do outro lado do planeta e receber a resposta em minutos, e tudo isso com um custo irrisório. O lado triste é que muitas pessoas que me enviam e-mails esperam que eu largue o que estou fazendo e envie imediatamente a resposta. Se não recebem minha resposta logo, o tom de sua mensagem se torna rude, até mesmo agressivo e hostil.

Não podemos nos esquecer do onipresente telefone celular. Realmente maravilhoso! Teclo alguns números, coloco o aparelho em meu ouvido e ouço a voz de alguém que está a milhares de quilômetros de distância com tanta clareza como se estivesse sentado ao meu lado. Mas o telefone celular também possui um lado triste, muito triste. Em uma única palavra: poluição.

O ar está ficando cada vez mais poluído com o barulho das pessoas tagarelando ao telefone celular. Vemos alguém passando na rua, gesticulando e falando em voz alta consigo mesmo. Pouco tempo atrás, levaríamos essa pessoa para o manicômio. Hoje não, ela está apenas falando ao celular!

Por que será que as pessoas têm que falar tão alto ao celular, a despeito do local em que estejam – no saguão do aeroporto, em ônibus, em restaurantes, a bordo de uma aeronave aguardando a decolagem? E por que será que muitos de nós pensamos que todas as chamadas são tão importantes que precisamos interromper qualquer conversa e deixar a frase pela metade? E-mails e telefones celulares assumiram o controle de nossa vida.

Está na hora de reassumirmos o controle. Há pouquíssimas mensagens e pouquíssimas chamadas que não podem ser deixadas para amanhã ou para daqui a uma semana, ou até mesmo para mais tarde.

Nossa maior necessidade hoje é exatamente o que o texto diz: Desacelere! Pare! Fique quieto!
 

NINHO DE PINTASSILGO


Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida. [...] Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Mateus 6:25, 26
 
Já que as aves não se preocupam consigo mesmas, talvez não nos devamos preocupar com elas também. Mas no último Dia das Mães eu me preocupei. Eu tinha flores para plantar e, quando fui para o quintal, uma ave saiu voando rapidamente de algum lugar. Mas plantei cravos, petúnias e alisso na primeira floreira.

A outra floreira estava cheia de amores-perfeitos que renasceram das plantas do ano anterior. Eu acabava de parar para admirá-los quando vi um ninho com três ovos. Dali foi que o passarinho tinha voado! E foi então que fiquei ansiosa. Receei que pudesse ter espantado a mamãe passarinho para sempre, ou talvez os ovinhos tivessem esfriado enquanto ela se ausentara do ninho durante todo o tempo em que fiquei plantando. Saí rapidamente. Espiando pela janela da cozinha, vi um pintassilgo chegar e pousar sobre a borda da floreira, olhar ao redor e desaparecer entre os amores-perfeitos.

Nesse instante, concluí que ela não havia escolhido um bom local, pois nossos gatos costumam andar pelo quintal. Achei que, quando chovesse, a mamãe passarinho fosse ficar molhada demais ou o ninho se enchesse de água, e assim meu marido estendeu um toldo sobre a floreira para desviar a chuva do ninho. Agora nos sentíamos melhor. Mais tarde, quando espiei para fora, vi três filhotinhos de pássaro. Pela janela, observei mamãe e papai ocupados, trazendo-lhes alimento. Mas ainda me preocupava achando que os gatos encontrariam os filhotes, até percebermos que os bebês não davam um pio. Os gatos andavam de um lado para o outro, sem saber do segredo.

Num domingo ensolarado, três semanas depois de ter visto os ovos pela primeira vez, procurei arrancar algumas ervas daninhas um pouco mais longe, porém a mamãe e o papai passarinho ficavam me repreendendo. Essa foi a única vez em que tive a curiosidade de saber se as aves se preocupam. Os filhotes estavam bem maiores e já enchiam demais o ninho. Na manhã seguinte, bem cedo, todos haviam ido embora. Tinham idade suficiente para voar.

Para onde teriam ido? Essa passou a ser a minha preocupação, mas decidi que chegara o momento de eu confiar em Deus, assim como a mamãe e o papai passarinho haviam feito o tempo todo.

Lana Fletcher

terça-feira, 10 de julho de 2012

O Idoso Face ao Abandono Familiar uma Forma de Violência

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O Idoso Face ao Abandono Familiar – Uma Forma de Violência, no dia 15/06, no Plenário dos Conselheiros da OAB SP

LEVANTAMENTO HISTÓRICO SOBRE A IMAGEM SOCIAL DO IDOSO NA COMUNIDADE

        Pessoas idosas sempre existiram na história da humanidade. Hoje viver até os 60, 70, 80 anos de idade tornou uma experiência vivida por milhões de pessoas em todo mundo. Esse aumento da longevidade mesmo possuindo algum tipo de incapacidade, é conseqüência de diversos fatores, como a melhoria das condições sanitárias, queda da taxa de fecundidade, maior acesso a bens e serviços, melhorias desde o nascer e diversos outros fatores. No Brasil o principal impacto no setor da saúde é de um país que está envelhecendo. A faixa etária  de 60 anos  ou mais é a que mais cresce em termos proporcionais. No Brasil não existe uma idade específica como determinante para o idoso, a respeito da Constituição Federal, o limite de idade é  de 65 anos, mas para Política Nacional do Idoso esse limite é de 60 anos, conforme adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Nosso código penal, menciona a idade de 70 anos. Não existe um consenso em relação a qual é  a “idade do envelhecer”, assim como não há um marco fixo para definir que esta ou aquela seja a idade de se “ficar velho”. O envelhecimento é muito particular...
            Hoje no Brasil existem aproximadamente  10.423 homens e 14.153 mulheres, detendo o nono lugar no ranking mundial em centenários.  Dentre os estados brasileiros com o maior número de centenários destacam-se: São Paulo, com (4.457), seguido da Bahia (2.808), Minas Gerais (2.765), Rio de Janeiro (2.029) e Rio Grande do Sul (1.313).
            No decorrer da história a imagem do idoso é permeada de várias significâncias, que traduzidas no decorrer do tempo nos ajudam a organizar e apresentar a evolução histórica do envelhecimento populacional mundial, conhecendo assim a origem de alguns paradigmas. Não se sabe ao certo o porque de alguns países subdesenvolvidos apresentarem altos níveis de crescimento populacional, mesmo sem ideais  condições de saúde, higiene, educação e alimentação. O Brasil  apresenta hoje a expectativa de vida de 71,8 anos de vida e de acordo com a ONU o Brasil chegará em 2050 a uma expectativa de 81,3 anos de vida.
            Na Bíblia são encontrados vários relatos de respeito e conselhos sobre os cuidados com idosos principalmente em eclesiastes. Relatos  que do ponto de vista legal e político a velhice era valorizada e cuidada preventivamente, com preocupações alimentares, usos de plantas e azeites medicinais. Uma vida longa era vista mais como uma benção do que como uma carga,  e esta benção é vista nos patriarcas bíblicos. Maltratar os pais era um crime que poderia punir com a morte. A velhice é abordada na bíblia como uma fase de debilidades e fragilidades diversas, também aborda o envelhecimento e morte como uma das conseqüências do pecado na terra.
No Egito antigo, viver 110 anos era um prêmio por uma vida considerada equilibrada e virtuosa. Já em Roma antiga, valorizavam muito o idoso, Na sociedade romana os anciões tinham uma posição privilegiada. Quanto mais poderes lhes eram concedidos, mais a ira de novas gerações se voltava contra os idosos, a origem do senado, nos ajuda a entender o valor que o idoso tinha na época.  A Grécia antiga valorizava pouco a velhice a qual a encarava como triste e ridícula. O cristianismo expôs uma visão negativa da velhice. Este tema deixou de interessar aos escritores cristãos que mencionavam a velhice com relação a declínio e pecado.   considerou que o melhor remédio contra a velhice era a loucuraNa 2ª metade do século XV um professor anatomista escreveu um livro sobre as alterações do envelhecimento e os assuntos diversos como moradia, alimentação e condutas sobre idosos. E com André Laurens nasce a geriatria na história. O século XVI se caracterizou por uma violência e um ataque contra a velhice, como conseqüência da adoração e culto da beleza e juventude. Willian Shakespeare.
Até o século XVII na Europa é promovido o verdadeiro culto á juventude, sendo impossível falar da velhice sem comentar sobre a medicina. No século XVIII. A expectativa de vida na Europa era de 30 a 45 anos de idade , e no início desse século, as pessoas normalmente as mais velhas,  que sofriam de AVC (derrame cerebral) eram tratados como endemoniados ou histéricos o que de certa forma mostrava certa repulsa da comunidade, eram concepções de corpos habitados por espíritos, por não existir a dissociação de sintomas ou sinais etiológicos sobre as doenças. Ao passar dos anos o século XVIII marcou também a descoberta de uma medicina anátomo – patológica, onde saúde era um bem e doença um mal. E no fim desse século começam a resgatar o valor da velhice e dos idosos, passando a reconhecê-los como pessoas. O idoso era considerado como patrimônio não encargo.No século XIX, começou a ser encarada como uma doença social. Tendo a necessidade de criação de hospitais que eram sedes de caridade visto que os idosos eram excluídos da sociedade, sendo a institucionalização da velhice em forma de asilos. A prevenção se tornou importante para salvar vidas e no século XIX a população idosa volta a crescer, em 1950 foi fundada a sociedade internacional de geriatria, mas no Brasil somente em 1961 foi fundada a sociedade de geriatria e posteriormente também de gerontologia, tendo primeiros estudos universitários em 1975 na PUC do Rio Grande do Sul, em São Paulo começou em 1975, tendo complementação de atividades em 1979.

No século XX o corpo é associado á máquina e ocorre uma valorização á produtividade que está relacionada aos mais jovens, fazendo com que a sociedade julgue o homem pelo que é capaz de produzir e imputa  a velhice novamente á marginalização associando á  diminuição de produtividade gerando novamente uma inversão de valores.
Esse é o quadro atual da sociedade, em relação a velhice. De certa forma há um culto excessivo a beleza, a cultura do corpo, ao vigor jovem, descaracterizando  a velhice,de rugas e fragilidade(não que isso não ocorra), porém hoje existem idosos que se cuidam, malham, fazem cirurgias e tratamentos rejuvenescedores, que nem de longe permeiam nossa  mente ao declínio. Hoje os idosos são protagonistas de um novo conceito de consumo, de cuidados e de muitas vezes como o maior provedor de renda do lar. O aumento de longevidade no Brasil precisa despertar em cada brasileiro para que medidas biopsicossociais sejam tomadas para enfrentar o desafio de sobrevivência sem incapacidades. Poucos problemas têm merecido tanta atenção e a preocupação do homem em toda sua história como o envelhecimento digno e merecido pela população. Medidas urgentes devem ser tomadas para enfrentar o desafio que todos temos diante de nós: construir uma nova e melhor história da imagem do idoso no século XXI depende de todos nós. Os idosos dos dias de hoje são, muitas vezes, pessoas bastante atuantes na vida da igreja, investir tempo para Deus faz bem a velhice. Estar consciente de enfrentar a velhice e saber que ela é temporária, também faz parte do preparo dos Adventistas do Sétimo Dia. O idoso sabe que após a velhice vem a morte,mas que não é uma sentença de finitude,  após a morte vem à ressurreição! Mas  podemos tirar proveito dela. Chegar a velhice (longevidade) é benção de Deus, mesmo porque a morte é um renascimento para os que tanto aguardam a volta de Jesus. A imagem que a população tem da velhice até hoje permeia o tipo de relação que a vida se impõe. Mediante variantes de cultura e tempo, a sociedade vai permeando e construindo paradigmas, no qual um dia vai enfrentar. 


APRENDENDO A ENVELHECER COM SAÚDE EMOCIONAL


Introdução

•          Um fenômeno – Cada vez maior o número de velhos. Isto está ligado há vários fatores:
•          Queda no número de nascimentos;
•          Aumento na expectativa de vida. – No Brasil o mito de que somos um país jovem pouco a pouco vai sendo derrubado.
•          Avanço tecnológico das ciências médicas e da farmacologia; - e controle da infecção;
•          Adesão a hábitos naturais de vida: Dieta balanceada, exercícios físicos e repouso adequado.

I – Algumas Estatísticas Decorrentes do Fenômeno

•          A expectativa de vida da população mundial hoje é de 66 anos. Em 2.025 será de 73 anos. Segundo a OMS, em mais de 120 países a esperança de vida a vida média da população é de 60 anos.
•          Espera-se que nos 26 países mais desenvolvidos, a OMS calcula que a média de vida deverá ser de 80 anos. Hoje os países que estão no topo da longevidade são: Islândia, Itália, Japão e a Suécia.
•          No Brasil a esperança de vida é de 67 anos, em 2025 a expectativa poderá chegar em 74 anos. Algumas estatísticas da evolução da longevidade no Brasil:
•          1940 – 42 anos;
•          1970 – 60 anos
•          O crescimento populacional entre 1950 > 1980 foi de 109%. Enquanto o crescimento dos habitantes com mais de 60 anos foi de 227%.
•          A população na faixa de zero a 14 anos em 1980 representava 38%. No ano de 2.000 na virada do século caiu para 28%.

II – Quem é o Velho?

•          Segundo a OMS aqueles que entram na terceira idade, isto é 65 anos de idade. Hoje existem pelo menos 2 velhos para cada família. Vamos considerar algo importante nesta transição.Há 20 anos uma pessoa de 65 anos poderia ser vista como mais velha. Hoje é difícil enquadrarmos alguém com esta idade na terceira idade. Não vemos uma pessoa destas com grandes desgastes ou limitações.
•          Dois grupos de trabalho eram estudantes da área de saúde na faixa dos 18 a 21 anos, outro grupo de 51 a 83 anos. Foram perguntadas quais as características que define um velho: No grupo jovem o velho foi definido como uma pessoa chata, triste, deprimido, cansado, doente e solitário.. No grupo mais maturo, o velho foi definido, como alguém muito vivido, com bastante experiência, mais lento, com doenças, com tempo de sobra, tranqüilo, e mais perto da morte.
•          Foi perguntado ao grupo jovem: Nenhum de vocês conhece jovens chatos, tristes e deprimidos, cansados e doentes e solitários? – Ao grupo mais experiente se perguntou se nenhuma delas havia encontrado jovens muito vividos, experientes, lentos, com doenças com tempo de sobra, tranqüilos, e que mesmo jovens estão mais perto da morte.
•          Todas essas pessoas nós encontramos em qualquer etapa da vida. O velho pode ter diversas idades: se foi batalhador, se foi alegre, se foi insatisfeito,, se foi ranzinza. Há algumas vantagens na velhice, se usa a experiência, a vivência, o aprendizado com a dor e o sofrimento. O velho elabora melhor as suas perdas, dribla os preconceitos e sabe melhor utilizar o seu tempo.
Meia-Idade

•          Caminhos da Maturidade: representações do corpo, vivências dos afetos, menopausa, adropausa, queda na reprodução, e desinteresse na sexualidade e consciência da finitude.  (Py e Scharfstein)
•          Envelhecer bem x Envelhecer mal = qual é a nossa construção sociocultural, as nossas contingências genéticas, o cuidado que despendemos na vida em relação ao nosso orgânico. Aqui estamos fazendo uma abordagem de nossa total ambiência.
•          Termo “meia-idade”: meio do caminho? Indivíduo está ou não está inteiro?- Qual é o nosso entusiasmo, o ânimo, a minha produtividade. Nossas condições de vida; emocionais, de saúde ou financeira.


O Corpo

Corpo vivo, construído no seio da cultura, que preconiza o culto ao corpo. O narcisismo, a beleza, o bem malhado.

 Modificações Internas e externas:
  • as bochechas se enrugam e embolsam; 
  • aparecem manchas escuras na pele
  •  a pele perde o tônus e se torna flácida 
  • surgem as verrugas 
  • o nariz alarga-se; os olhos ficam mais úmidos 
  • pelos nascem nas orelhas e nariz 
  • ombros mais arredondados, encurvamento postural, diminuição da estatura.
  •  os ossos endurecem 
  • todos os órgãos internos se atrofiam. Tornam a digestão e o metabolismo menos eficientes. 
  • a insônia aumenta junto com a fadiga durante o dia 
  • a visão piora (catarata) perda do cristalino 
  • deterioram as células da propagação do som 
  • enrijecimento e entupimento das artérias.
Aspectos psicológicos: 
  • Dificuldade de se adaptar aos novos papéis 
  • Falta de motivação e dificuldade de planejar o futuro 
  • Necessidade de trabalhar as perdas orgânicas 
  • Dificuldade de se adaptar as mudanças rápidas, que tem reflexos dramáticos para os velhos. 
  • Diminuição da sexualidade. 
  • Alterações psíquicas que exigem tratamento; 
  • Depressão, hipocondria, somatização, paranóia, suicídios 
  • Baixas, autoimagem e auto-estima.
  • Nível da subjetividade: construção fantasmática (imagem de si). Alguns indivíduos têm dificuldade de aceitar a leve/contínua degeneração. A busca incessante do corpo artificial. Aqui vale tudo, cirurgias, mutilações, lipoaspiração, botoques etc. 
  • Desamparo (impotência radical do recém-nascido)—superar essa insuficiência primordial. Consciência das perdas e ganhos desta vida. (longo trabalho com perdas e ganhos) 
  • Maturidade: luto por um corpo jovem - contradição: desejo de viver muito x permanecer jovem. 
  • Corpo como construção cultural - (Bosi) precisa responder ao apelo social da juventude, oferecendo uma versão “aprimorada” do corpo. (Goffman). Não cair na tentação da moda que valoriza apenas o exterior, e o estético.
•   Importante: reconhecer as transformações do corpo na maturidade
Confrontá-lo com o passado, ressignificá-lo no presente, sonhar com o futuro.
 

Questão de Gênero: A obstinação do modismo, de manter a perfeição a todo o custo, especialmente de quem não construiu o seu interior, a espiritualidade ou religiosidade. Aqui existe uma grande problemática cognitiva. Desejo ter ou ser. Até aonde eu posso (ego real x ego ideal). Quanto maior a lacuna, maior a insatisfação.
  • Feminino: estímulo à reposição hormonal; menopausa: mulher “consumida-consumada-descartada”. 
  • Masculino: disfunção erétil, outra grande preocupação dos homens. Manter ao todo o custo o desempenho de sua sexualidade (Viagra)
            *ilusões da maturidade x construir a própria estética
“A condição de classe, de gênero ou de etnia interferem na maneira como os indivíduos sofrem os efeitos das mudanças históricas.” (Oliveira).


 OS AFETOS

  • Caráter transitório da vida – O valor que o nosso aparelho psíquico dá a vida > valiosa ou < valiosa. 
  • Maturidade: etapa transitória entre vida adulta e velhice. Momento em que se passa pelo auge da intelectualidade e cresce a experiência 
  • Aposentadoria (rito de passagem) – mais uma identidade a ser buscada. Questões de produtividade, perda dos pais, demissões prematuras. Momento de se posicionar a uma nova carreira. Já que não existem muitos empregos. Troca-se o emprego por capacidade produtiva. 
  • Busca de ressignificações - parceiros mais jovens, síndrome do ninho vazio, novo casamento, gravidez tardia podem ser modos de tentar adiar o confronto com a finitude ou reparação do já vivido. Há indivíduos que agora querem começar a viver 
  • Desfrutar esse tempo ainda fértil a partir da consciência do já vivido e da certeza da finitude = tarefa complexa:

Crise da Meia-Idade (Elliot Jacques):

{Base na teoria kleiniana: posição depressiva infantil (1ª relação objetal); - em torno dos 6 meses, bebê percebe sua mãe como objeto total, independente; amor e ódio se fundem em torno desse objeto: surge a ambivalência; percebe seu desamparo e dependência; ego torna-se mais integrado; conflito depressivo caracteriza-se pela luta incessante entre os impulsos destrutivos e os amorosos/reparadores; processo de formação simbólica e sublimação: objeto perdido é assimilado no ego, tornando-se um símbolo e a energia psíquica, após doloroso trabalho de luto, fica liberada para ser investida em novos objetos.}

Meia-idade: (revivência da posição depressiva infantil - aumenta crença na prórpia capacidade de amar e fazer o luto): aceitar ambivalências e tolerância

Resignação Construtiva - é igual a renúncias, mais a capacidade de pensar simbolicamente e sublimar+ variedade de afetos:
Afetar = produzir efeitos (expressão qualitativa da quantidade pulsional)
  • Amor: une (risco: ameaça da perda) 
  • Ódio: separa ((pode ser liberador): individuação)
-Erikson: 7ª idade – Você gerou, agora precisa gerir - tensão entre generatividade (sublimar, novos investimentos libidinais) X estagnação (sucumbir aos ressentimentos). Novos planos, resignificação de vida, nova fase. Gostaria de ter sucesso como eu já tive.
Meia-idade: etapa em que a crescente experiência pode compensar capacidades em declínio.

A FINITUDE
  • Consciência de que todos temos um fim. Ou que um dia deixaremos de existir (mas vai demorar!!! - (atributo e privilégio dos seres humanos) 
  • Maturidade: aproximação da velhice e da morte – recuperar a trajetória de vida e superar a finitude. Queremos fechar a vida com chave de ouro. 
  • Reisignificar os fatos de nossa história. Preciso provar que começo e termino bem.

            “Nossa vida não é uma seqüência de fatos que acontecem, é antes o encadeamento das significações com que os recobrimos.” (Seminerio)

  • Construções imaginárias: fazem-nos imortais (o desejo de imortalidade está implícito em nossas fantasias). origem no inconsciente, nas satisfações vividas nos primórdios da vida) 
  • Maturidade (idéia da morte iluminada pela consciência da finitude) --- -- Momento propício para uma significação diferenciada de nossa vida, superação dos limites e novas produções que nos imortalizam naquilo que deixamos para a humanidade.  Não é um momento de harmonia, mas de fazer, construir, criar, num mundo modernizado, cenário da barbárie da vida contemporânea.

“A beleza dos jovens está na sua força, à glória dos idosos, nos seus cabelos brancos.” – Prov.20:29.

"Não me rejeiteis na minha velhice,não me abandones quando se vão as minhas forças.” – Salm. 71:9.

"Mesmo na velhice darão frutos; permanecerão viçosos e verdejantes.” – Sal. 92:14

"Mesmo na velhice; quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele que vos sustentará. Isa. 46:4.



Autor da Pesquisa: Prof. Joel Pola – Psicólogo e Clínico
Tels. 11- 9982-0490 – 2591-0216
E-mail – j.pola@uol.com.br

FOTOS - OAB DE SÃO PAULO

O Idoso Face ao Abandono Familiar – Uma Forma de Violência, no dia 15/06, no Plenário dos Conselheiros da OAB SP - FOTOS DO EVENTO





CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DA MATURIDADE/VELHICE


 


CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DA MATURIDADE/VELHICE

 Metáfora do mundo vegetal (D clássica)   3 temas centrais:
  •  Desenvolvimento: trajetória de mudanças contínuas,ordenadas
  • Culminância: momento ótimo
  •  Declínio: envelhecimento e morte
I.          Variação dos significados de maturação, amadurecer, maturidade e maduro:

MATURAÇÃO      
  • paradigma organicista: processos intrínsecos de mudança que conduzem o organismo a um ponto de culminância. Ex. GESELL; FREUD; PIAGET 
  •  paradigma sociogenético: interação indivíduo/cultura. Ex. ERIKSON 
  •    tarefas evolutivas: habilidades, funções, conheci/os e atitudes que o indivíduo deve adquirir em dado momento da vida que preparam p/ tarefas posteriores e permitem ajustamento pessoal e social.
MATURIDADE como virtude:      
  • ERIKSON: geratividade (tarefa evolutiva da meia idade), sabedoria ( resulta de geratividade X estagnação) 
  •   FRANKL: senso de significado da existência = pré-requisito universal p/ bem-estar físico e mental (sinal de maturidade psicológica)

MATURIDADE como qualidade:
  •   muitos termos com significados (+) ou (-): imaturo e imaturidade (fora dos padrões social/ esperados p/ o adulto); maduro; homem maduro ou madurão; mulher madura ou madurona, adulto maduro e idade madura.

II.         Explicações mais refinadas (superação da metáfora clássica):
VISÃO “LIFE-SPAN”

  • Desenvolvimento ao longo de toda a vida 
  • Cresci/o e decadência, desenvolvi/o e envelheci/o são processos complexos e correlatos 
  •  Orientação dialética: influência de múltiplos fatores em interação constante

DESENVOLVIMENTO

Sentido original: desdobrar de dentro  do início do séc XX: maturacionismo, desenvolvimentismo, ou para fora (  nativismo)

Conceito atual
  • Organismo = sistema vivo 
  •  seqüência, ritmo, duração
  • Processo 
  •  Trajetória de mudanças  da menor a maior organização onde sistemas menores são englobados pelos mais abrangentes 
  •  Diferentes níveis de organização de mecanismos de estabilização e auto-regulação 
  •  Mudanças progressivas (previsíveis) como resultado da interação entre determinantes biológicos e ambientais 
  •  Processo multidimensional e multidirecional 
  •  Na vida adulta e velhice: potencial p/ desenvolvimento preservado (depende do organismo e do meio) 
  •  Crescimento e contração = processos concorrentes na vida adulta e velhice.

ENVELHECIMENTO
Biologica/: processos de transformação do organismo que ocorrem após a maturação sexual e implicam diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência. (Longevidade é limitada genetica/)
Perspectiva “ life-span” (Baltes, 1987):
  • desenvolvimento e envelhecimento = processos adaptativos, presentes ao longo de todo o curso de vida e comportam uma tensão entre ganhos e perdas 
  •  dependem da interação entre fatores geneticobiológicos (universais, “normativos graduados por idade”), socioculturais relativos a uma mesma coorte; “normativos graduados por história”) e eventos não normativos.

PADRÕES de ENVELHECIMENTO:
  •  envelhecimento primário ou senescência (normal) 
  •  envelhecimento secundário ou senilidade (patol.) 
  •  envelhecimento terciário ou terminal
Idade  idéias falsas: existência de um tempo objetivo;cronológica (ampla/ usada)  significados =s p/ tempos vividos.

ESCALAS de TEMPO:  
    
Biológica
(lógica interna de todo organismo que tende a mudar c/ envelhecimento, diminuindo a funcionalidade e a probabilidade de sobrevivência)
  • idade biológica = estimativa de tempo que resta a um individuo p/ viver, num dado mo/o de sua vida. 
  • idade funcional = grau de conservação do nível de capacidade adaptativa, em comparação c/ idade cronológica. 
  •  capacidade funcional = medida comporta/al de independência funcional (capacidades de auto-cuidado ou AVD e de desempenho de atividades de vida prática ou AIVD)
Social
            (comporta/os associados aos papéis etários prescritos social/ p/ as diferentes idades)
  • idade social = grau de adequação de uma pessoa ao desempenho dos papéis e dos comporta/os esperados p/ sua idade, num dado momento histórico e numa dada sociedade. 
  •  Envelheci/o social = processo de mudanças em papéis e comportamentos típico dos anos mais tardios da vida e adequação aos papéis esperados p/ pessoas mais velhas.
Psicológica
                     (conceito genérico relativo à perspectiva presente/passado/futuro bem como ao julgamento subjetivo sobre duração de eventos e de intervalos de tempo) 
  •  revisão de vida = lembrança intencional estruturada em torno de eventos de transição e aplicada à avaliação de de si e da própria existência (ver JUNG e ERIKSON) 
  •  idade psicológica (2 sentidos): relação entre idade cronológica e capacidade de percepção, aprendizagem e memória; maneira como cada um avalia, em si mesmo, presença ou ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicas, c/ base em comparação social mediados por normas etárias
VELHICE

  • Categoria socialmente construída 
  •  Última fase do ciclo vital, delimitada por eventos de natureza múltipla (perdas psicomotoras, afastamento social, restrição de papéis, especialização cognitiva) 
  •  Velhice inicial, velhice e velhice avançada
Não há uma teoria única.
Gerontologia: campo multi ou interdisciplinar.
 

Resumo do texto: “A Mídia e a Imagem do Idoso: Uma Questão de Ética” (INCONTRI)













            Não dá pra pensar em valores sem pensar em moral. E não dá para se falar em moral sem pensar em ética. Esta última é na verdade um parâmetro universal que parte da consciência humana e que nos permite avaliar se um determinado “valor” aceito e praticado por uma sociedade corresponde às necessidades e aspirações do homem moral ou não.
            Segundo a mídia (escrita), os valores de uma pessoa são medidos pelo grau de euforia corporal, de superioridade intelectual e física, e pela recusa de qualquer sentimento de fraternidade humana.
            No entanto, os valores morais do homem estão acima das sensações físicas, ou seja, o fato de alguém não poder usufruir de um prazer físico ou estar privado de alguma capacidade física ou mental não lhe arranca os direitos básicos como ser humano.
            Nos fica então a dúvida: a mídia reflete os valores e as idéias da sociedade (agindo como um espelho), ou ela é também uma fonte geradora de valores e de formas de comportamento?
            Visando o lucro supremo, ela se utiliza de uma linha sensacionalista, explorando sem piedade os problemas, fazendo com que a imagem do idoso fique prejudicada. Entre as conseqüências desde ato, podemos observar algumas: a distorção da mídia quanto à subjetividade de quem escreve, no qual o jornalista procura captar as “tendências do momento em certos comportamentos.
            Outra distorção que ocorre é a prioridade que é revelada pela mídia quando assuntos como prazer físicos, beleza corporal e bem desempenhos sexuais são considerados fontes infalíveis de felicidade e mesmo virtudes. Fica clara a existência de uma dificuldade em lidar com fatos naturais da existência, como velhice, doença e morte, e a mídia reflete e realimenta a ênfase exagerada de padrões de beleza e sexualidade.
            Não há dúvidas de que muitas matérias que ressaltam a velhice bonita, cheia de aventuras e atividades pretendem resgatar a continuidade do velho, trazendo-o de volta ao meio social, porém restringindo-se apenas na área de lazer. Devemos nos questionar até que ponto essas propostas não servem ainda mais para as sociedades se livrarem do velho (de maneira elegante).
            Outro tipo de matéria de refere à saúde. Uma questão bastante discutida é a avaliação das fontes médicas, sendo que muitas vezes os jornalistas se utilizam de fontes não seguras ou científicas, gerando matérias como “Fisioterapeuta que trata de estrelas diz ter achado a fonte da juventude”. E mesmo quando a fonte é segura, deve-se prestar atenção a algumas manipulações sensacionalistas.
            O jornalista antes de mais nada é um educador e, ao tratar da notícia, da situação social ou de denúncias que envolvam o idoso, o jornalista não pode perder de vista o caráter humanista de sua situação.
         
A situação de abandono pode acontecer em condições muito distintas na vida do ser humano. Dessa forma, entende-se por abandono uma situação vivenciada pelo homem que pode decorrer de múltiplos fatores, como ausência da convivência social, dificuldades relacionadas à convivência familiar, inexistência de família e de parentes, relações conflituosas vividas ao longo da vida nos grupos de pertencimento; dificuldades estabelecidas nos relacionamentos sociais, incapacidades funcionais e perda total de autonomia.

Quais situações podem levar ao abandono do idoso?

Em pesquisas realizadas pelo Núcleo de Estudos do Envelhecimento da Universidade de Caxias do Sul, percebeu-se que o abandono do idoso está relacionado com sua história de vida e com características individuais de cada ser humano. Essas pesquisas apontam para questões que dizem respeito às relações humanas, principalmente as relações interpessoais que foram construídas ao longo da vida, e que, na velhice, se desdobram com mais clareza quando da necessidade de maior atenção, cuidados diante das fragilidades decorrentes do processo de envelhecimento. Muitas das situações de sentimentos de abandono são reflexos da perda de afetos, representada pela perda do companheiro, de filhos, familiares e amigos. Quando os vínculos afetivos são rompidos e as relações se mantêm apenas por meio de lembranças passadas, o idoso percebe o quanto está só e os motivos que geraram essa condição. A condição de abandono também pode estar relacionada a situações de fragilidade em que o idoso com incapacidade funcional é gradativamente isolado do circuito familiar, aumentando seu sentimento de dependência pelos limites impostos pela incapacidade. Os idosos conseguem diferenciar a situação de estar só da situação provocada pela solidão. Muitos vivem sozinhos por escolha própria, mas não se sentem isolados devido às condições que criaram para desenvolver suas atividades de vida diária, podendo inclusive sentir solidão decorrente da sua condição humana, mas não associam ao sentimento de abandono. Pode-se dizer então que existem variáveis objetivas e subjetivas que influenciam essa condição.
O que acontece com uma pessoa que entende que está vivendo uma situação de abandono?
Pelos relatos dos idosos, a situação de abandono conduz a sentimentos de sofrimento. O idoso espera que suas experiências com familiares, amigos, parentes se prolonguem para sempre, como se todos os ciclos de vida fossem iguais. Toma como referência experiências de inserção passadas em que não existiam problemas de relacionamento e nas quais ele ainda exercia o controle sobre os demais membros da família. Essa perda de poder é anulada pelas lembranças, onde o idoso se coloca ainda num lugar privilegiado, marcado apenas pelo espaço de suas memórias, sem estar preparado para enfrentar as fragilidades que seu envelhecimento trouxe. Dessa forma, muitos relatos demonstram que alguns idosos preferem as lembranças do passado ao enfrentamento das relações sociais no presente, utilizando como mecanismo estar num lugar confortável do passado, negando suas condições do presente e se escondendo do sofrimento e da dor que essa falta de preparação de envelhecer lhe impôs. Há ainda aqueles que assumem a condição do abandono e expressam tristeza por estarem sós e a consciência dos limites que enfrentam e da condição irreversível em que se encontram.
Casos de abandono podem vir a se tornar uma doença grave, por exemplo, desencadear o alcoolismo em uma pessoa que foi abandonada?
As condições de abandono podem gerar muitos tipos de doença, não necessariamente apenas o alcoolismo. Essas situações mostram que os indivíduos buscam mecanismos de alívio e conforto fora deles, sem resolver o problema, ou, pelo contrário, muitas vezes aumentam a distância que os separa dos familiares devido à presença de vícios, drogas, agressões, perturbações, entre outras situações que conduzem ao isolamento.

E quando acontece o caso da pessoa ter apenas um ente próximo e esse falece? Como é tratado o abandono nesses casos?
Atualmente essa situação já é comum na vida de muitos idosos. Com a longevidade, muitos idosos perdem parentes e amigos, de forma prematura, o que gera uma situação delicada de busca de cuidados fora da família. Certamente, as próximas gerações deverão estar atentas para essas situações. O fato de o homem viver mais o coloca numa situação de que seus filhos também estarão na terceira idade quando ele for um idoso mais velho, o que implica na possibilidade de viver mais que seus parentes mais jovens. É importante tomar conhecimento de que esse acréscimo de anos na vida do ser humano altera uma série de circunstâncias para as gerações atuais que seus pais e avós não vivenciaram com os pais e avós deles, principalmente porque morriam cedo. A conquista da longevidade traz para as próximas gerações muitas situações novas, não experimentadas anteriormente, e, consequentemente, todas têm um bônus e um ônus que as sustentam.

Como procurar ter uma vida melhor tendo passado por uma situação de abandono?
As situações de abandono são marcadas por experiências em que há sofrimento, tristeza, angústia, dor, ansiedade e solidão. Se o homem tiver consciência de seus limites, decorrentes de sua finitude, poderá se preparar para enfrentar essas situações. Certo é que não seremos diferentes quando idosos do que fomos ao longo de nossa vida. Por isso, não precisamos esperar chegar a essas situações para ter uma vida melhor. A consciência do presente e a manutenção de valores essenciais de respeito e amor à vida podem auxiliar a minimizar os problemas que nascem do abandono. Muitas vezes as respostas dos idosos encontram-se neles mesmos, o que demonstra que nem sempre bastam recursos externos, mas principalmente tocar os recursos internos, marcando posições positivas, de reconhecimento e apreciação da vida. A riqueza das experiências está no reconhecimento do que elas trazem de conhecimento.
Vania Herédia possui Doutorado em História das Américas pela Universidade de Gênova.

Apoio 65 - Idoso: Abandono na fase da velhice
O estado de abandono é dependente das fragilidades do idoso, que pode vir a ser tratado por outras pessoas devido à perda de autonomia, devidos aos laços afetivos ou familiares e até à ausência de um grupo social. Há situações em que só o idoso tem influência, pois só ele sabe como vai enfrentar cada uma das situações. Quer-se com isto dizer que em situações idênticas com pessoas diferentes a situação ou sentimento de abandono pode ou não colocar-se. Depende sempre de cada indivíduo e de como interpreta cada situação.
            O abandono na fase da velhice é entendido como um sentimento de tristeza e de solidão, que pode resultar de perdas que acabam por se reflectir no organismo (doenças) ou mesmo nas relações afectivas e sociais. Quando isto acontece o idoso acaba por se isolar de tudo e de todos. (Herédia, 2004)
            O abandono é considerado um sentimento de sofrimento, reportado a estas situações que faz em com que o idoso não conviva condignamente em sociedade.
            O sentir-se indefeso, a falta de partilha de afetos, a pouca comunicação estabelecida têm vindo a mudar os interesses do indivíduo e até a própria maneira de agir. O idoso pensa em partilhar experiências e em dar e receber amor. Quer entender o porquê de tantas desavenças no seio da sua família, o porquê da distância entre todos, se é nesta altura que ele precisa de ser mais apoiado.
            Assim, o abandono é visto como uma experiência. Uma reação que pode ser mais ou menos favorecida, dependendo sempre de cada caso. 
             O abandono pode ser visto como uma perda. A perda maior que o ser humano tem é a morte, é aceitar a morte de um ente querido que é também um ser humano. É abdicar de algo, não ter o que se precisa ou o que se queria para complementar a felicidade. As perdas não passam de condições que desencadeiam fragilidades do ser humano.
            Como o Ser Humano é preparado para a vida e não para a morte, isto faz com que não se compreenda muito bem o motivo da morte, pois é uma situação real e irreversível. Por isto, o Homem não está preparado psicologicamente para perdas, sejam elas de morte ou de valores.

Apoio 65 - Idoso: A solidão na fase da velhice
A redução do conjunto de amizades é um fator extremamente importante para o envelhecimento da população. A velhice passa por fases que são extremamente complicadas de ultrapassar, quando se começa por perder um amigo, em seguida um familiar, a saúde passa a ser reduzida, começa a necessitar de outros cuidados, o nível financeiro diminui e as relações pessoais e sociais passam por fases complicadas. A velhice traz a perda dos amigos e a aproximação com os familiares e por isso o idoso acaba por receber mais do que aquilo que pode dar.
            Este é um dos aspectos mais importantes, pois o idoso acaba por ter perdas de que jamais recuperará, estas perdas podem estar relacionadas com o decréscimo da qualidade de vida, o aumento das doenças e após estas sucumbir à morte. (Sousa, 2006)
            Desta forma podemos associar estas perdas à solidão. O conceito de solidão faz a ligação com o isolamento do idoso, o viver só. Quando se diz que vive sozinho implica que está só, mas não quer dizer que isto esteja correto porque estar só é revelador de que a pessoa está sozinha durante um certo período de tempo, sem qualquer tipo de companhia. Enquanto viver sozinho pode ser sinônimo de viver independentemente.
            Falar em solidão ou falar em isolamento social pode ser considerada uma expressão unívoca. Podemos então designá-la como a falta de comunicação entre as pessoas, com a comunidade ou em grupos, pois reporta-se à integração do indivíduo na sociedade.
            A solidão é uma noção com alguma subjetividade, menciona a falta de contacto social ou até a falta de vontade de partilhar informação ou socializar em sociedade. Desta forma, pode dizer-se que o indivíduo tem capacidade de socializar mas porque não o quer, não o faz. (Sousa, 2006) 
Publicada por Policiamento de Proximidade em 07:53 0 comentários 
(Pesquisa organizada por Joel Pola – psicólogo clínico – 05/2012)