46%
das crianças e adolescentes experimentam bebida alcoólica dentro de casa
Empresa de bebidas lança cartilha para ajudar os pais a
conversar sobre isso com os filhos
Por Gabriela Varella, filha de Clélia e Eugênio
22.10.2013 GOOGLE IMAGES |
Como abordar o tema de alcoolismo em casa? É sobre isso que
aborda o projeto educacional Papo em Família, parceria da Ambev com a Turma da
Mônica, da Mauricio de Sousa Produções. O objetivo é conscientizar pais para
que tenham conversas sobre bebidas alcoólicas com os filhos, explicando que
crianças não podem consumir. Segundo Ricardo Rolim, pai de Lucca e Gabriel,
diretor da Ambev, “a questão é como abordar o tema em casa. Quando a criança é
mais nova, o pai deve ser autoritário. Quando estiver mais velha, deve haver o
diálogo”, explica. O objetivo da cartilha elaborada pela Ambev com as
caricaturas de Mauricio de Sousa é tornar o conteúdo mais leve para ser
abordado de acordo com a idade da criança.
Segundo a Ambev, 67% dos menores de 18 anos já compraram bebidas
alcoólicas. Estudo realizado pelo instituto americano International Center for
Alcohol Policies (ICAP) aponta que 46% dos jovens consumiram álcool pela
primeira vez no âmbito familiar, dentro de casa. Muitos pais não têm
consciência de que é prejudicial e não sabem como tocar nesse assunto com os
filhos ou pensam que deixar experimentar não faz mal.
“A minha família sempre teve hábitos saudáveis e passou uma
imagem positiva para mim. Meu pai conversou abertamente comigo e explicou o que
poderia acontecer caso eu ingerisse álcool”, conta Mônica, filha de Mauricio de
Sousa, que inspirou os quadrinhos da Turma da Mônica. No Brasil, 98% dos pais
acham importante ter essa conversa com os filhos, mas quase um terço deles
contam que não têm essa conversa porque não sabem como começar a falar.
O recomendável é que os pais orientem desde cedo que álcool
é bebida de adulto. Não deixe copos ao alcance dos filhos e explique o motivo
de ser proibido. O cientista social e professor da Faculdade de Saúde Pública
da USP, Edemilson Antunes de Campos, filho de Sylvio e Anesia, foi um dos
responsáveis por tornar a linguagem da cartilha mais simplificada. “O assunto
deve ser acessível aos jovens”.
Evite
A médica especialista em prevenção e saúde coletiva Bettina
Grajcer, mãe de Théo, Ian e Nina, conta que a cada dólar gasto em prevenção,
você economiza 10 dólares em tratamento. As crianças costumam experimentar aos
13 anos e aos 15 já fazem uso regular da bebida alcoólica. Para evitar, os pais
devem ter um papel ativo na vida dos filhos, com acompanhamento e vínculo
afetivo para que não seja estimulado o consumo. “Você não deve impor a sua
vontade, mas deve estabelecer limites”, explica a médica. O corpo da criança e
o aspecto emocional estão em desenvolvimento, ela não está preparada para
receber o álcool e isso deve ser retardado ao máximo. É um desafio que deve
começar dentro de casa.
Nossa Opinião
Considerando que segundo os estudiosos 6% da população terá
uma tendência mórbida de entrar no vício, isto é tornarem-se alcoolistas, ainda
que sejam apenas nos fins de semana ou aqueles que bebem apenas socialmente; há
um grande risco de crianças e adolescentes já em tenra idade se tornaram
viciados, como se isto fora uma dependência química. Sugerimos que qualquer
bebida alcoolica não seja servida em nossos lares, face ao grande número de
doenças que acarretam a recorrência dos alcoolistas. (JP)
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