Drogas na família são maior temor do paulistano diz Datafolha
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* FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO
O medo da inflação foi trocado pelo temor de ter
algum jovem da família envolvido com drogas.
Foi esse o movimento do medo na cidade de São Paulo
em 30 anos, registrado pelo Datafolha ao refazer a sua primeira pesquisa.
O primeiro levantamento do departamento que seria o
embrião do Datafolha, publicado há 30 anos, captou uma cidade atemorizada pela
inflação, o principal problema do país na época.
A alta do custo de vida era apontada como o maior
medo para 26% dos paulistanos.
O medo maior agora, de acordo com 45% dos moradores
da cidade entrevistados pela Datafolha, é o do envolvimento de jovens da
família com tóxicos.
Em 1983, esse medo aparecia em segundo lugar no
ranking da pesquisa, com 23%.
A inflação, associada à imagem do dragão em 1983,
virou um gatinho em 2013. Apenas 7% apontam a alta do custo de vida como o seu
principal temor.
O Banco Central subiu os juros neste mês para
combater a inflação, que voltou a preocupar o governo e o mercado financeiro,
mas ela está muito longe dos níveis observados 30 anos atrás.
O medo da inflação foi o índice que mais recuou
quando se compara os dois levantamentos do Datafolha.
Em 1983, a inflação anual passou de 200%, segundo o
Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas. Neste ano, ela deve ficar
abaixo de 6%, segundo projeções de analistas do mercado.
Outro medo que despencou foi o de perder o emprego:
era citado por 18% há 30 anos e por apenas 5% agora.
VIOLÊNCIA
Se a inflação perdeu importância no ranking dos
medos nesses 30 anos, a violência continua uma constante.
O medo de ter a casa invadida por assaltantes era
considerado o maior temor por 22% há 30 anos e aparecia em terceiro lugar na
lista elaborada pelo Datafolha.
Hoje, esse é o principal medo de acordo com 26% e
subiu para o segundo lugar.
O medo de ser assaltado na rua cresceu ainda mais
nesse período. Em 1983, esse temor aparecia em quinto lugar na pesquisa, com 9%
das menções. Agora, está em terceiro, e é o maior medo para 16% dos
paulistanos.
Há 30 anos a soma do medo de ter a casa invadida e
de ser assaltado (31%) na rua colocava a violência no topo do ranking, acima da
inflação.
Outra constante nas duas pesquisas são os que se
declaram destemidos. Eram 2% em 1983. Agora é 1%.
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