ROSANA FERREIRA
Editora-assistente de UOL Estilo Comportamento
A paixão tem duração de aproximadamente 12 a 48 meses, segundo estudos
Editora-assistente de UOL Estilo Comportamento
A paixão tem duração de aproximadamente 12 a 48 meses, segundo estudos
SAIBA COMO SÃO OS SINTOMAS DA PAIXÃO
Desde a adolescência, a médica paulista Cibele Fabichak se perguntava sobre vários assuntos relacionados a amor, emoções e sexo. Quando entrou na faculdade de medicina, já no primeiro ano, apaixonou-se por fisiologia e começou a buscar as respostas nesta área para suas dúvidas. O resultado é o livro “Sexo, Amor, Endorfinas & Bobagens” (Editora Novo Século, R$ 29,90), em que a médica explica por meio de estudos científicos como funcionam os mecanismos da paixão e do amor no corpo e na mente.
Desde a adolescência, a médica paulista Cibele Fabichak se perguntava sobre vários assuntos relacionados a amor, emoções e sexo. Quando entrou na faculdade de medicina, já no primeiro ano, apaixonou-se por fisiologia e começou a buscar as respostas nesta área para suas dúvidas. O resultado é o livro “Sexo, Amor, Endorfinas & Bobagens” (Editora Novo Século, R$ 29,90), em que a médica explica por meio de estudos científicos como funcionam os mecanismos da paixão e do amor no corpo e na mente.
A primeira pergunta da entrevista,
portanto, não poderia ser outra: o amor pode ser explicado biologicamente?
“Sim, já temos vários trabalhos para entender melhor como funciona o cérebro e
os hormônios, além de outros elementos, como história pessoal, cultura e
ambiente”, diz. Ela cita a antropóloga americana Helen Fisher, que classificou
o amor em três etapas:
1ª – Desejo sexual, em que o principal hormônio envolvido é a
testosterona. 2ª – Atração física ou sexual, caracterizada por grande euforia e felicidade intensa. Fase regida pelos hormônios que proporcionam bem-estar, como dopamina, endorfina e serotonina.
3ª – Vínculo duradouro, o amor.
Diante dessa classificação, outra
pergunta é automaticamente respondida: o amor pode vir com o tempo. Mas, e o
tal do famoso amor à primeira vista? De acordo com Cibele, seria mais correto
dizer paixão à primeira vista. Segundo ela, o grande gatilho é olhar e gostar.
Os estudiosos buscam explicação para esse comportamento nos homens primitivos:
a natureza busca a procriação, portanto é importante que o macho
(principalmente) tenha uma visão que o atraia. E esse mecanismo precisa agir
rápido nos animais, porque o período fértil é curto para fêmea. “O ser humano
herdou dos primórdios esse encantamento rápido pela fêmea. E esse comportamento
é universal, de acordo com pesquisas feitas com vários povos”, afirma a médica.
A mulher também é atraída pela visão,
mas nem tanto. Para ela é importante visualizar também o aspecto emocional no
homem. E aí entram outros elementos: cultura, bom humor, status social, se dá
segurança, se é provedor. “A velocidade com que o homem se apaixona é mais
rápida. Já a mulher demora mais porque ela precisa de tempo para avaliar”,
conclui Cibele.
Por que o amor é cego?
Pesquisas demonstram que a paixão tem
duração de aproximadamente 12 a 48 meses. “Esse seria o tempo para fortalecer a
união, acontecer o ato sexual, a gestação e a criação do bebê (até que tenha
certa independência, por volta dos 2 anos). A natureza faz as contas
perfeitamente”, brinca Cibele.
E isso só é possível porque, quando o
indivíduo está apaixonado, o sistema límbico (central das emoções) produz uma
avalanche de substâncias que tornam o amado “perfeito”. Por isso se diz que o
amor é cego, além ser uma boa explicação para escolhas erradas, casamentos
precipitados e afins.
Quando passa essa onda de prazer que distorce os novos
julgamentos, o casal começa a enxergar o outro exatamente como ele é. Se os
laços formados são fortes e existem outros elementos que ligam o casal além do
sexo, a parceria continua.
A médica, no entanto, avisa que o principal
ponto para a manutenção da união é o novo. “O casal deve realizar atividades
novas, como um jantar romântico de vez em quando, tentar posições sexuais
diferentes, planejar viagens etc.”, aconselha. “A cada novidade, nosso cérebro
ativa as substâncias que trazem prazer”, diz.
Rompimento
Estudos mostram que a pessoa apaixonada
se acostuma com as substâncias produzidas pelo cérebro que geram uma onda de
prazer e satisfação. “Após a separação, é como se o cérebro estivesse
‘viciado’, por isso o indivíduo entra em estado de abstinência”, explica a
autora.
Como resultado, pode-se citar a raiva,
a busca intensa pelo parceiro e até o aumento do estado de paixão, já que são
mantidas as atividades cerebrais que estimulam a paixão. “Essa fase pode
demorar de dias a meses”, avisa a médica. E, a partir do momento em que cessam
os estímulos do parceiro, a pessoa pode entrar numa fase de tristeza e
depressão.
“Toda essa química do cérebro começa a
diminuir e a estimular a atividade do córtex pré-frontal, região importante
para o julgamento crítico, discernimento. Começa, então, a construção do ódio,
o oposto do amor, e sentimento de total distanciamento, o que facilita o
rompimento”, explica a especialista.
Segundo ela, algumas exageram e chegam à
vingança. Vários elementos, como educação, personalidade, cultura, ambiente,
transtornos psíquicos etc., vão determinar se o indivíduo vai passar por essas
fases e seguir em frente ou cometer loucuras de amor.
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